Emerson Bernardo de Abreu, ou simplesmente Emerson Abreu (Rio de Janeiro, 29 de julho de 1974) [1] [2] é um Roteirista da Mauricio de Sousa Produções (MSP), que ingressou em 1996. Já atuou como ilustrador e deu aulas de desenho.
Emerson é reconhecido por seu estilo diferente nos quadrinhos, com formatos únicos de distintos aspectos caricatos e engraçados dos personagens que cria. Ao iniciar seu trabalho na MSP, desenvolveu ainda mais a história, características e personalidades dos personagens já existentes, em especial a Denise e o Xaveco, que se tornaram ainda mais populares e queridos pelo público.
É o criador da "Supersaga do Fim do Mundo", nas edições da Turma da Mônica Jovem, além de autor de personagens notáveis, como a Bruxa Viviane, a Jumenta Voadora, a LELEALA, as Meninas do Bairro das Pitangueiras, a Família do Xaveco, os Tombanianos, e muitos outros. Além disso, ele também criou a Saga do Barba Roxa, publicada na versão clássica do Chico Bento.
Biografia[]
Filho de Penha Maria e Luiz Carlos,[1] nasceu em 29 de julho de 1974 no Rio de Janeiro, cresceu em São Paulo e atualmente mora em Jundiaí. Começou a trabalhar na MSP aos 22 anos de idade, em 1996. Suas contribuições nas edições receberam reconhecimento imediato, isto pelo seu estilo único e histórias caricatas.
Após começar a desenvolver melhor os seus personagens e criações, o reconhecimento de Emerson Abreu foi imediato. Ele fez polêmica na 5ª edição da Turma da Mônica Jovem, após fazer com que Denise usasse gírias gays. O site gay chamado: "A Capa", comentou sobre todo o ocorrido, incluindo uma entrevista com o roteirista.[3] Nas comunidades do Orkut, grandes discussões eram travadas por suas gírias.
Em Setembro de 2009, o site "Melhores do Mundo", especializado em quadrinhos, filmes e cultura POP deu nota 10 para a história "Causando na Roça", escrita por Emerson e publicada em Chico Bento Nº 32, da Editora Panini.[4] [5] Na crítica, foi elogiado a temática humorística e as expressões "modernosas" da Denise, personagem principal da trama:
“ | Fazia tempo que não lia um gibi tão espetacular! Chico Bento #32 é uma pequena obra-prima perdida no meio dos muitos gibis mensais da Turma da Mônica. | ” |
– Falecido Ultra, do site "Melhores do Mundo" sobre "Causando na Roça".[5] |
Emerson Abreu é, atualmente, o roteirista com mais interação entre os leitores. Antigamente, ele postava o quadro "Você Sabia?" em seu perfil do Facebook, onde explicava coisas em geral, easter eggs e referências inclusas em suas histórias.[6] Entretanto, com medo de ser visto como uma má influência pelas crianças, por seu vício em bebidas alcoólicas e cigarros, ele criou uma página chamada "Emerson Bernardo de Abreu", para onde passou todo o conteúdo e seguiu postando por um determinado tempo. É frequentemente chamado de "tio Emerson" por seus fãs.
Estilo de Criação[]
Emerson Abreu é reconhecido por seu estilo diferente nos quadrinhos. Em março de 2010, ele foi entrevistado por Gabriela Lima, que cursa Publicidade na ESAMC, e deu mais detalhes sobre o estilo que adota.[7]
Uma obrigação que Emerson impõe a cada mês é: "Não escrever histórias com temas repetidos, surpreender o leitor e buscar o inusitado". Para estimular ainda mais sua criatividade, ele lê catálogos, livros, gibis europeus e americanos, alternativos, tiras de jornal, revistas informativas e campanhas editoriais. Também busca assistir filmes, desenhos-animados, comerciais, seriados de TV e acompanhar tudo o que está acontecendo no mundo da arte. Emerson busca não escrever em internetês, por ser capaz de pegar manias muito difíceis de largar no futuro. Abreu usa todo o tempo disponível para acompanhar o que os outros colegas de profissão estão fazendo, pesquisando, criando novas formas de se contar uma história e buscando inspiração na vida real.[7]
Ele usa tudo ao seu redor para virar uma história: sua infância, o modo de comportamento das pessoas (que é acentuado em suas criações, caricaturizando-as), uma discussão que teve com o namorado, um texto da internet, um programa de TV, um vídeo no YouTube, um game que joga, uma crítica à sociedade e uma conversa de bar. Seguindo esse raciocínio, ele anota cada ideia que surgir, por mais estranha que possa parecer; se acha que pode render um bom roteiro, escreve e guarda. Emerson gosta de deixar a ideia na cabeça por vários dias ou meses e, então, quando acha que ela está boa, começa a construir um roteiro.[7]
Emerson Abreu segue uma rotina em que acha mais agradável trabalhar de noite, pois é mais tranquilo, sem distrações, e já está com a cabeça recheada de informações que recolheu durante o dia. No início de sua carreira, o escritor usava como referência as antigas aventuras do Tio Patinhas, escritas por Carl Barks, e as tirinhas do Calvin, de Bill Watterson. Naquela época, seu senso de humor foi considerado "cínico" para a Turma da Mônica e ele precisou alterá-lo para se encaixar no padrão da casa. Aos poucos, Abreu foi criando um estilo mais debochado de roteiro que lhe agradava. Ele também gosta de incluir piadas ácidas, irônicas e sarcásticas em seus quadrinhos, que vieram a agradar o público.[7]
Emerson procura sempre imprimir uma personalidade forte nas personagens, imaginá-las como pessoas de verdade com uma dose extra de drama (como demostrado na imagem da direita). Caso contrário, ele acredita que a história acaba parecendo falsa e artificial. Seus personagens precisam ter uma motivação válida por trás de suas atitudes e seu raciocínio deve fazer sentido naquele mundo onde ele vive e respira. Como as revistas da Turma da Mônica possuem um público imenso e totalmente diversificado, ao escrever uma história, ele procura pensar em todos os leitores que vão ter acesso ao gibi.[7]
Em seu raciocínio, não é porque ele também atinge o público infantil que as histórias precisam ser bobas, simplistas e "burras", Emerson reforça que histórias bem sacadas e inteligentes agradam sempre por aguçar ainda mais a mente do jovem. Por causa disso, cada roteiro pode ser lido em várias camadas de complexidade, uma para cada tipo de leitor: se é uma criança que está lendo o gibi, ela vai curtir os personagens, as trapalhadas e as gags visuais. Há também o leitor mais fiel, que lê todo o universo da Turma da Mônica, com um nível de conhecimento mais rebuscado, que vai procurar e encontrar pequenas referências escondidas para comentar e discutir com os outros fãs. Tem também as pessoas que compram o gibi na banca e já saem lendo, dentro do ônibus, no caminho pra casa. Elas querem entender a história rapidamente e querem piadas fáceis. E, finalmente, existe um outro tipo de leitor, mais maduro e experiente, que vai conseguir identificar diversas críticas sociais e comportamentais por trás de cada situação. Emerson tem certeza de que, nesse caso, o leitor acaba se identificando, percebendo suas falhas, rindo de si mesmo e, quem sabe, até mude de atitude no futuro.[7]
Sua meta é nunca dar ao leitor o que ele espera de uma história. No momento de escrever uma história, procura não "dar ao público o que o público quer": uma fórmula rápida e fácil de agradar, mas que acaba se desgastando com o tempo. Ele quer sempre fugir do lugar-comum e inovar a cada edição. Caso contrário, as revistas acabam inevitavelmente se repetindo, girando sempre em torno dos mesmos temas e não evoluem. Geralmente os leitores, principalmente os mais antigos, já vêm com uma ideia pré-determinada do tipo de histórias que eles gostariam de ler. Eles têm medo de mudanças e não aceitam nenhum tipo de inovação. Isso limita muito a imaginação de um roteirista. O autor, em personagens novos, desenha folhas de esboços para seus shapes mais simpáticos e um formato que consiga carregar todas as expressões que eles deveriam ser capazes de fazer e ao mesmo tempo não parecerem genéricos.[7]
Galeria de Desenhos[]
Trabalhos Para A MSP[]
TDM[]
Globo[]
Panini[]
Primeira Série[]
2007[]
2008[]
2009[]
2010[]
2011[]
2012[]
2013[]
2014[]
2015[]
Segunda Série[]
2015[]
2016[]
2017[]
2018[]
2019[]
2020[]
2021[]
Terceira Série[]
2021[]
2022[]
TMJ[]
2008[]
2009[]
2012[]
2013[]
2014[]
2015[]
2016[]
Edições Especiais[]
Menções em Gibis[]
- Turma da Mônica Jovem Nº 4 - Fortes Emoções:
Denise segura um livro escrito "E. Abreu" - Clássicos do Cinema Nº 32 - Trônica:
"Franjinha: Eu criei esse jogo para ser revolucionário! Um dos primeiros games de total imersão do jogador!
Cebolinha (cochichando): "Emelsão" é aquele loteilista da tulma?" - Mônica Nº 82 - Estrelas do Limoeiro:
"Denise: Sente muito? Tome!
Jr: Emerson? É seu advogado?
Denise: Não! É meu roteirista! Você vai ver só!" - Cascão 148, Chico Bento Moço 26 e Turma da Mônica 178, Panini - Emerson faz participações especiais.
Personagens[]
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Referências
- ↑ 1,0 1,1 Abreu, Emerson B. de (2013). Sobre o Emerson Publicado no Facebook. Visitado em 20 de agosto de 2016.
- ↑ Abreu, Emerson B. de (23 de maio de 2009). Papo sério (atualizado) Publicado no Blog do Emerson. Visitado em 19 de junho de 2017. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2015.
- ↑ Magalhães, William (21 de maio de 2009). Roteirista explica origens de gírias gays na Turma da Mônica Publicado em A Capa. Visitado em 22 de abril de 2015. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2017.
- ↑ Abreu, Emerson B. de (1 de setembro de 2009). "Uma aula de humor!" Publicado no Blog do Emerson. Visitado em 22 de abril de 2017. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2015.
- ↑ 5,0 5,1 Ultra, Falecido (1 de setembro de 2009). Chico Bento #32 [ligação inativa] Publicado no Melhores do Mundo. Visitado em 6 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 7 de janeiro de 2012.
- ↑ Abreu, Emerson B. de (de setembro de 2014 há fevereiro de 2015). Mistérios e Segredos da supersaga do Fim do Mundo Publicado no Facebook. Visitado em 7 de novembro de 2017.
- ↑ 7,0 7,1 7,2 7,3 7,4 7,5 7,6 Abreu, Emerson B. de (4 de março de 2010). O Mito da Criatividade Publicado no Blog do Emerson. Visitado em 22 de abril de 2017. Cópia arquivada em 6 de novembro de 2015.