Folhinha de S. Paulo foi um caderno de cunho infantil, suplemento do jornal Folha de S. Paulo, onde eram publicados tabloides e contos de autoria de Mauricio de Sousa, desde setembro de 1963.[1]
O cartunista voltou para as publicações do jornal que já trabalhava anteriormente (quando já tinha iniciado seu trabalho nesse ramo criando tiras na "Folha da Manhã" desde 1959, com a criação de Bidu e Franjinha), logo depois de ter agenciado a divulgação da revista do Bidu no início dos anos de 1960.
Mauricio começou a trabalhar com este material oriundo da Folha de S. Paulo (anteriormente intitulado como "Folha da Manhã")[2] para popularizar seus personagens da Turma da Mônica já apresentados nas tiras antigas, e praticar a criação de histórias por meio artístico às crianças, um pouco antes da publicação da revista da Mônica.
História[]
Lançada em 8 de setembro de 1963 por Lenita Miranda de Figueiredo, destinada para o público infanto-juvenil, tinha como missão distribuir uma incrível fonte de pesquisa para trabalhos escolares, divertir e ajudar no crescimento intelectual e formação do futuro leitor da Folha de S. Paulo. Para a criação do suplemento, foi aberta uma concorrência, que contou com a participação do então iniciante Mauricio de Sousa (que já publicava nas tirinhas da Folha) e de Barbosa Lessa Produções, que apresentou um projeto mais juvenil, com trabalhos de Rodolfo Zalla, Colonnese, Manoel Victor Filho e Júlio Shimamoto. A Folha escolheu então o projeto de Mauricio, que também contou com a participação de Shimamoto e de Paulo Hamasaki.[2]
No primeiro número, o editorial colocava a própria Folhinha se apresentando aos leitores como fonte de leitura sadia e de entretenimento, os convidava a colaborar em suas páginas e já previa: "Quem sabe se vocês encontrarão um dia em mim, o árduo e querido caminho para o jornalismo profissional." O suplemento contava com 16 páginas, apresentou em sua primeira edição, nos quadrinhos, quase tudo de Mauricio de Sousa: tirinha do PAPA-CAPIM e páginas com histórias de RAPOSÃO e HORÁCIO, e uma página apresentava o primeiro capítulo da historinha O GAÚCHO, que embora saísse com o copyright da Mauricio de Sousa Produções, era criação de Julio Shimamoto, que a recebera como pagamento pelo trabalho na elaboração do projeto da Folhinha.[2]
Galeria de Imagens[]
Capas[]
Contos[]
O Primeiro Banho do Cascão[]
"O Primeiro Banho do Cascão" lançou na capa da Folhinha no domingo de 31 de julho de 1983. Foi uma homenagem de Mauricio a uma enchente que deixou mais de 200 mil pessoas desabrigadas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná naquele ano.
- Tudo tem uma primeira vez.
- E o Cascão sentiu que era chegado o momento.
- Ele havia escapado de banhos, chuvas e respingos por toda a vida.
- Mas hoje, por sua própria vontade, enfrentaria o sacrifício. Venceria o medo e entraria na água.
- Engoliu seco (é lógico) enquanto se preparava psicologicamente. Lembrou-se das inúmeras vezes em que escapou das armadilhas preparadas pela Mônica, Cebolinha, até por sua mãe, que tentava pegá-lo para o primeiro banho.
- Jamais conseguiram.
- Foi preciso que acontecesse algo mais forte do que uma coelhada da Mônica para ele se decidir.
- E hoje ele já está pronto para o primeiro banho e para uma ação mais nobre. Devagarinho, tateando com o dedão. Depois sentindo a água, sensação desconhecida, até os tornozelos. E, em seguida, com a água até a cintura, lá vai o Cascão, com uma trouxinha de roupas e biscoitos, em direção às crianças assustadas, ilhadas pela enchente de Santa Catarina.
Referências
- ↑ Doretto, Juliana (16 de abril de 2016). Após 52 anos, ‘Folhinha’ deixa de circular O Jornalzinho Visitado em 31 de maio de 2017. Cópia arquivada em 10 de julho de 2018.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 Silva, Alexandre (8 de novembro de 2012). Folhinha de São Paulo, o suplemento que marcou gerações (Blogspot) ALEARTE quadrinhos Visitado em 30 de abril de 2017. Cópia arquivada em 11 de julho de 2018.