Mariana Bento, que muitos leitores desconhecem, é a irmã que Chico acabou perdendo. É realmente difícil não sentir um nozinho na garganta ao ler a singela historinha que mostra o nascimento de Mariana, que se foi ainda bebê! Um evento raríssimo de ser mostrado em gibis infantis, senão, único.
Infelizmente, Mariana adoeceu com poucos meses de idade por causa de uma febre mal examinada e morreu, voltando a virar uma estrelinha no céu. Em outra história, Chico disse que o presente mais bonito que ganhou de Mariana foi a "esperança", pois acabou tendo futuramente uma filha que era a reencarnação dela.
Participou de duas comoventes historinhas da Editora Globo, como uma estrelinha que morava no céu, que decidiu virar uma pessoa no planeta Terra. Filha de Dona Cotinha e de Seu Tonico, vinha visitar seu irmão Chico de vez em quando para matar a saudade. Mariana foi criada por Rubens Kiyomura em 1990,[2] e recontada por Paulo Back em 2005 e por Sidney Gusman em "Ouro da Casa", 2012.
Características e traços[]
Mariana é uma estrelinha criada por Deus, extremamente brilhante e parecida como suas outras irmãs estrelas. No entanto, ela tinha um aspecto único que a diferenciava das demais. Mariana amava a Terra e tudo que tinha nela,[1] até que, após pedir para suas irmãs a ajudarem a se transformar em humana e poder renascer como uma, ela consegue essa façanha e nasce como filha de Dona Cotinha e de Seu Tonico.[3]
Como uma bebê graciosa, meiga e carinhosa, Mariana experimenta tudo o que desejava quando era uma estrela. Sentiu o amor das pessoas e a gentileza beneficente de todos ao redor, principalmente a de Chico, seu novo irmão. Ao nascer, Mariana passa a ter a aparência da família Bento, como um nariz arrebitado e o cabelo da cor preta pequeno e repicado, além de usar uma roupa de bebê da cor rosa.
Ela ficava um bom tempo próxima a Chico, que a levava para vários lugares, e a curiosidade de Mariana sempre aumentava, maravilhada com tudo o que via.[4] Voltando a ser uma linda estrelinha, pois seu tempo na Terra tinha acabado, Mariana fica bastante entristecida por ter que ir embora. Seu brilho pela noite ficou ainda mais forte e, sabendo que sua família sentia saudades mais do que ela, Mariana fazia sua passagem pelo sítio, iluminando o caminho, e fazendo com que eles saibam que ela ainda está ali.
Biografia[]
Sonho[]
Mariana apareceu pela primeira vez em Chico Bento Nº 87, da Editora Globo, em maio de 1990. Na historinha, a estrelinha tinha um desejo enorme de conviver com os humanos, para observar de perto o mar, as praias, as montanhas e os animais.[1] Ela sonhava estar entre uma família gentil, mesmo que por pouco tempo, pois sempre queria ter calor humano e fugir da rotina de luzeira. Até que, como sempre observava a família dos Bento, vendo-os cuidarem de si com carinho e amor, Mariana pediu a suas irmãs estrelas para ajudá-la a renascer como bebê na família que tanto sonhou.[1][3]
“ | Naquela manhã, quando o sol nasceu, não fui me esconder com as minhas irmãs! Eu estava guardadinha num lugar bem seguro e tranquilo! De lá, podia escutar a conversa dos animais! | ” |
– Mariana na barriga de Cotinha.[origem] |
Nascimento[]
E assim foi, com a ajuda da pureza estelar, Mariana renasceu como uma humana, uma garotinha meiga e carinhosa, cheia de personalidade e bondade. No exato momento em que a Dona Cotinha e o Seu Tonico receberam a notícia de que teriam um bebê, a alegria se espalhou pelo sítio do casal, mas aquele que mais se emocionou com a notícia foi seu futuro irmão, o Chico Bento, que diferentemente das pequenas criancinhas que costumam ficar enciumadas com tal situação, não via a hora dela nascer e compartilhar todos os belos momentos que teria com sua nova amiga.[5]
Posteriormente, a Mariana nasceu, saudável e esperta, sem rodeios, ganhou uma atenção imensa do Chico, que a mimava de todas as formas. Brincando ou levando-a para passear, ambos cultivaram uma linda amizade de irmãos, principalmente pelo cuidado que ele tinha com ela, que por ser pequena e frágil, ganhou a segurança inseparável do mocinho.[5] Mariana enxergava em todo o lugar a beleza da vida e o altruísmo da humanidade, e o Chico mostrava para ela as maravilhas de tudo que existia em Vila Abobrinha, mas parecia que esta sensação de contentamento e felicidade se propagava pelo mundo todo. Ela estava orgulhosa, tomou a decisão certa.
Tudo pareceu perfeito, a garotinha não via motivo de sair dali, mas suas irmãs comumente se aproximavam para lembra-lá de que o tempo terrâneo de Mariana já estava terminando, para chateação da própria.[4] Ela, com imenso pesar no coração, entendeu que deveria voltar ao seu lugar, precisava estar no céu por ter sido criada como uma obra divina.
Partida[]
“ | A Mariana é uma criança linda... Pura feito uma fror... Por isso, aconteça o qui acontecê esta noite, nunca si isqueça... ..ela há di ficá bem! |
” |
– Vó Dita conforta Chico.[origem] |
Triste por tomar essa escolha, abandonou sua forma humana ao morrer para se reencontrar com o Papai do céu, enfraquecendo-se com uma febre, deixando sua família abalada e sem forças para se reerguer após uma perda tão intensa em suas vidas. A Mariana retorna ao seu antigo lar, o céu obscurial, só que fria e triste como a noite escura, algo estava lhe faltando. Com a família Bento algo estava mais do que faltando, estava remoendo, um sentimento de saudade sem fim, um luto eterno, como seguir em frente? [6][7]
Os dias foram ficando mais vazios, e os de Mariana de um ressentimento amargo, ela deixou uma dor muito grande, desejava estar perto de sua família novamente... e por que não? Durante uma noite, Mariana decide voltar, como estrela, para iluminar sua presença no sítio que antes brilhava pelo amor que sua família estava sentido por ela, que se apagou após sua partida. Ela chega como uma presença espiritual, a dor e a aflição da perda foram embora, no lugar havia um brilho de fé no reencontro, uma luz forte, seus pais, o Tonico e Cotinha, junto ao amado Chico, sabiam que ela estava ali, observando eles e desejando que eles vivessem por ela, que continuassem sua jornada cheia de felicidade, com muito mais amor do que já tiveram, alegrando-os a si em um encanto sem fim.[8]
Aprendizado[]
Em Ouro da Casa, um livro que reúne diferentes artistas recontando as histórias da Turma da Mônica, publicado em 2012, o jornalista Sidney Gusman cria um conto especial em que Mariana é lembrada pelo seu irmão.
Em uma época após o fatídico evento, a família dos Cebola se reúnem para fazer uma visita no sítio dos Bento – talvez por uma tentativa do Senhor e da Dona Cebola em consolar o casal de amigos do interior pela aflição de perder um filho tão jovem, como forma de aliviar a dor. Eles chegam e Cebolinha rapidamente começa a se divertir com o Chico pelo ribeirão caipira, pulando no riacho, pescando, roubando goiaba e brincando com os animais, tudo parecia perfeito para o garoto de cinco fios, até que sua mãe pede para que o menino cuide de sua irmãzinha mais nova, a Maria Cebolinha, durante o final da tarde.[9]
O Cebolinha fica indignado, como poderia aproveitar o lugar tendo que cuidar dela? E dali ele continua resmungando, dizendo que é péssimo aguentar alguém tão insuportável como a Maria que sempre dificulta sua diversão.[10] O Chico escuta aquilo com dor no peito e, chateado, comenta para o seu amigo que já teve uma irmã, e que ele a amou desde o primeiro minuto que a conheceu, desejando que ela crescesse rápido para que pudessem brincar das mesmas coisas que fez com o Cebolinha, que ouve tudo, surpreso. O garoto da roça fala que ela adoeceu, e mesmo com ajuda médica, se foi, virando uma força que protege sua família e... interrompendo a fala, a mãe de Chico o chama por um favor.[11]
O mocinho se afasta, tempo suficiente para o Cebolinha analisar toda a sua ingratidão pelos entes queridos que ainda estão com ele. Ele reflete e, ao olhar para a sua irmã Maria com lágrimas nos olhos, o garoto a abraça fortemente, feliz por ainda ter ela do seu lado.
Retorno[]
“ | Inté parece qui foi onte! Inda mi alembro bem..." "Minha mãe i meu pai chegaro im casa cum aquela cara isquisita..." "I mi dissero qui a nossa famia ia crescê!" "Na hora, num intendi muito bem, mais dispois, as coisa clarearo na minha cabeça!" "Inté o dia qui ela veio! Bunitinha como as froris qui abre na primavera!" "Mariana era o nome dela!" "Troxe alegria pra drento di casa por um bão tempo! I eu era só felicidade, qui nem dá pra discrevê!" "A irmãzinha qui eu sempre quis ter!" "Inte qui um dia, ela fico ruinzinha i ninguém sabia dizê pru quê!" "I ela si foi! Tamém num sei dizê o pruquê!" "Eita... mais esta vida é isquisita memo! |
” |
– Chico relembrando a vida e morte de sua querida irmãzinha...[origem] |
Em Chico Bento Nº 449, da Editora Globo, roteirizada por Paulo Back no ano de 2005, a história se passa um bom tempo depois do falecimento de Mariana. Um dia anterior ao aniversário do Chico, o garoto se apressa entusiasmado para lembrar sua mãe do preparo da festa, que está um pouco abatida e perdida em seus pensamentos.[12] Chico se afasta um pouco para deixar sua mãe sozinha com seus afazeres, sabendo o motivo dela estar tão quieta... ela está pensando em sua falecida filha.
Em seguida, o menino começa a ter um saudosismo de sua irmãzinha, triste por ela não estar com sua família festejando a tão preciosa data, mas consciente de que foi assim que Deus planejou e que o certo é não ter dúvidas da forma que o Senhor age, pois tudo há de ter um significado, e Chico paira ali, na varanda de sua casa, observando o céu estrelado e sentindo a presença de Mariana.[12][13] Ele continua dizendo, enquanto olha para cima que, durante todas as noites, consegue ouvir a voz dela, como se ela quisesse cochichar algo só para ele. Neste exato momento, assistindo o pulsar da estrela mais iluminada, que começa a se aproximar, é revelado a luz como a própria Mariana, em sua forma cintilante! [14]
Era ela, ele a ouviu pela primeira vez em muito tempo, como ficou eufórico! Chico realizou um grande desejo seu: reencontrou sua irmã – sua felicidade sem tamanho deveria ser espalhada, mas Mariana fala que não iria ver seus pais hoje, já que nos sonhos deles ela sempre aparece, o foco era seu irmão, ela queria conversar com ele, ele era o motivo de sua visita. Ela conta como tudo aconteceu, revelou sua curiosidade e a vontade de viver entre pessoas tão boas e amáveis, só que o tempo foi curto e ela se foi com muito arrependimento. A Mariana fala que sempre os observa, cuidando deles; e o Chico relembra com carinho cada minuto que viveu perto da garotinha, foram memórias que não se permitiu esquecer, pois ela o marcou e o que lhe resta, é a saudade.
Presente[]
Ele insiste novamente para ela ver os pais, mas ela acha melhor não, pois os dois, como todos que são "crescidos", sempre falam com as estrelas, só que com o coração, uma oração, de vez em quando uma prece, há todos os dias uma conversa antes de dormir. Nessa hora, as estrelas do céu se agrupam e a Mariana diz que já está na hora de subir novamente. Chico fica triste que ela tem que ir de novo, mas antes de ir a Mariana fala que tem um presente para ele, entusiasmada, ela o manda fechar os olhos e brilha intensamente, dando ao Chico uma sensação de paz e tranquilidade, e então, some e ele não a vê mais. Ele adormece, em calma, e acorda no outro dia. Na hora, ficou com dúvida se foi tudo um sonho ou não. Diz que aquele aniversário foi o melhor de sua vida dele e diz que o presente que recebeu de sua irmã podia ser a esperança de encontrá-la novamente.
Ele sabia que ia acontecer, só não sabia se iria ganhar uma nova irmã ou ela o visitaria de novo. Passou ali a sempre olhar para o céu, durante muitos anos, todos os dias, até que, já adulto e casado com a Rosinha, Chico entendeu que Mariana fazia parte dele, desde aquele aniversário, e que voltou reencarnada como a sua filha, fruto de seu casamento, que guarda dentro dela o mesmo deleite de se viver feliz como a sua falecida irmã.
Curiosidades[]
- A personagem, mesmo não protagonizando nenhuma outra história, fez participações especiais. A primeira ocorreu em 2005, em "Um Aniversário Festejado", que homenageava os 70 anos de Mauricio de Sousa. A celebração contou com vários personagens antigos, cada um colaborando de uma forma diferente para a realização da festa e, em um quadrinho, Chico aparece com Mariana em forma de estrela para ajudar a encher os balões com "purpurina".
- A Marina confunde a irmã de Chico com a Estrelinha Mágica, dada a aparência das duas.
Aparições[]
Turma da Mônica (Globo)[]
- Chico Bento Nº 87 - Uma Estrelinha Chamada Mariana (contada por Rubens Kiyomura) (primeira aparição)
- Chico Bento Nº 449 - O Presente de Uma Estrelinha (contada por Paulo Back)
- Mônica Nº 232 - Um Aniversário Festejado
Turma da Mônica (Panini)[]
- Ouro da Casa - Aprendizado (contada por Sidney Gusman)
- Chico Bento Nº 31 - Espírito de Aniversário
- Chico Bento Moço Nº 7 - Bicos e Altas Confusões (mencionado(a))
- Chico Bento Moço Nº 27 - O Irmão do Chico (mencionado(a))
- Chico Bento Moço Nº 34 - Coração de Sertanejo (cameo)
- Chico Bento Nº 21 - A Casa do Velho Bento (contada por Luciana Luppe)
- Chico Bento – Além da Vida
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 Chico Bento Nº 87 (Ed. Globo) – (Uma Estrelinha Chamada Mariana), Pág. 3, 4 (quadrinho 11)
- ↑ Dedicado à Lúcio, Nori e Mauricinho...
- ↑ 3,0 3,1 Chico Bento Nº 87 (Ed. Globo) – (Uma Estrelinha Chamada Mariana), Pág. 4 (quadrinho 9)
- ↑ 4,0 4,1 Chico Bento Nº 87 (Ed. Globo) – (Uma Estrelinha Chamada Mariana), Pág. 6 e 7 (quadrinho 3 ao 13)
- ↑ 5,0 5,1 Chico Bento Nº 87 (Ed. Globo) – (Uma Estrelinha Chamada Mariana), Pág. 4 (quadrinho 1 ao 9)
- ↑ Chico Bento – Arvorada, Pág. 48
- ↑ Chico Bento Nº 87 (Ed. Globo) – (Uma Estrelinha Chamada Mariana), Pág. 8 e 9 (quadrinho 1 ao 10)
- ↑ Chico Bento Nº 87 (Ed. Globo) – (Uma Estrelinha Chamada Mariana), Pág. 9 (quadrinho 4 ao 6)
- ↑ Ouro da Casa - Aprendizado, Págs. 67 e 68
- ↑ Ouro da Casa - Aprendizado, Págs. 68 (quadrinhos 3 ao 5)
- ↑ Ouro da Casa - Aprendizado, Págs. 69 e 70
- ↑ 12,0 12,1 Chico Bento Nº 449 (Ed. Globo) – (O Presente de Uma Estrelinha), Pág. 4 ao 6 (quadrinho 3 ao 9)
- ↑ Chico Bento Nº 449 (Ed. Globo) – (O Presente de Uma Estrelinha), Pág. 7 (quadrinho 1 ao 4)
- ↑ Chico Bento Nº 449 (Ed. Globo) – (O Presente de Uma Estrelinha), Pág. 8 ao 10 (quadrinho 1 ao 13)