A Zuleica é a tia do Cascão, irmã da Dona Lurdinha, cunhada do Seu Antenor. Casada com o Gualberto, seu esposo, ambos asseados e maníacos por limpeza.
Características e traços[]
Zuleica é meticulosa, controladora e obcecada por limpeza, limpando tudo repetidamente e reagindo com desespero à bagunça. Determinada, acredita que disciplina pode consertar qualquer um, inclusive seu sobrinho, o Cascão.
Já o Gualberto, por outro lado, compartilha da obsessão pela higiene, mas de forma mais resignada. Pacato e lógico, tenta ensinar Cascão sobre limpeza, mas acaba sempre arrastado pelo caos do sujinho.
História[]
A Ovelha Suja da Família[]
Os tios do Cascão, a Zuleica e o Gualberto, apareceram pela primeira vez na história "A Ovelha Suja da Família", publicada em Cascão Nº 139 (Editora Globo), de 1992.
Zuleica é uma mulher completamente obcecada por limpeza.[1] Para ela, poeira é um inimigo mortal e qualquer resquício de sujeira precisa ser exterminado antes mesmo de ter a chance de existir. No começo da história, ela está em plena faxina, chegando ao cúmulo de limpar a mesma almofada dez vezes, ansiosa pela visita do sobrinho. Seu marido, o Gualberto, já se acostumou com os exageros da esposa, mas não deixa de questionar, com um misto de ironia, até que ponto sua existência na casa é permitida. Quando ele ousa ler um jornal empoeirado, Zuleica o repreende severamente, proibindo até que coloque os pés no chão. Ele, já conformado, pergunta se ao menos pode respirar.[2]
A paz (ou melhor, a higiene) do casal acaba no instante em que a campainha toca. Ao abrir a porta, Zuleica dá de cara com uma figura suja, desgrenhada e... fedorenta. Horrorizada, ela bate a porta na cara do visitante, achando se tratar de um mendigo e ainda solta um clássico: “Não temos roupas velhas!”. O "mendigo" toca a campainha de novo, mas, desta vez, se apresenta: "Sou eu, o Cascão!". O choque toma conta dos tios. Zuleica se desespera ao ver o estado do sobrinho e questiona o que aconteceu com ele para estar tão detonado.[3] Gualberto, confuso, pergunta se ele sofreu um acidente. Cascão responde que não... pelo menos, não que ele se lembre. Zuleica, convencida de que o menino está sofrendo de amnésia, declara que um banho certamente resolverá tudo. Cascão, tranquilo, afirma que nunca tomou banho na vida – e, para piorar a situação, Gualberto confirma, tapando o nariz, que dá para perceber de longe.[3] [4]
O problema seguinte: onde colocar Cascão? Ele pede para sentar, mas Zuleica impede que toque no sofá, na cadeira, no puff... no fim, a solução encontrada é fazê-lo sentar numa caixa vazia de sabão. Enquanto ele toma um suco inocentemente, Gualberto mantém uma expressão de puro nojo. O telefone toca – é a Dona Lurdinha, mãe do Cascão, ligando para saber se ele chegou e se está tudo bem. Zuleica, forçando um tom agradável, diz que "não será trabalho nenhum tê-lo ali". Assim que desliga, reconhece que foi a maior mentira que já contou. A estadia do Cascão na casa se transforma em uma verdadeira prova de resistência para os tios. Em pouco tempo, ele já está brincando no quintal e volta coberto de lama, deixando rastros por toda a casa. Vai ao banheiro e, sem esforço, suja a pia, a privada e a toalha. Quando deita na cama, Zuleica, em desespero, já avisa ao marido para lembrá-la de queimar os lençóis amanhã.
No almoço, os tios tentam uma abordagem mais didática. Zuleica quer conversar sobre higiene, mas Cascão, sem o menor interesse, prefere contar uma piada sobre um pinguim resfriado. Quando ela insiste no papo sobre limpeza, ele faz cara de nojo e pede para não falarem disso na mesa porque "estraga o apetite". O momento fica ainda mais caótico quando Cascão apresenta seu amigo, o sapo Paulinho. Ao ver o animal em plena mesa de jantar, Zuleica e Gualberto quase desmaiam de enjoo, enquanto Cascão repreende Paulinho por "falar coisas nojentas na hora do almoço". Exaustos, os tios tentam estratégias diferentes. Zuleica passa o dia seguindo Cascão com um pano e desinfetante, limpando imediatamente tudo o que ele toca. Gualberto decide recorrer a um método mais emocional: conta uma história edificante sobre um menino que não tomava banho e acabou sozinho, até que resolveu mudar de vida e descobriu o maravilhoso mundo da higiene. Cascão ouve atentamente... e sai indignado, reclamando que odeia histórias com finais tristes.
No limite da paciência, Gualberto decide se impor: "Se quiser ficar aqui, tem que tomar banho!". O plano dá errado imediatamente, pois Cascão simplesmente pega suas coisas e diz que vai embora. Desesperados, os tios tentam argumentar, dizendo que querem apenas o bem dele. Mas o menino, em vez de ceder, discursa apaixonadamente sobre a inutilidade da limpeza: a poeira sempre volta, a sujeira está em toda parte e, no final das contas, a natureza faz sua própria bagunça. O mundo inteiro é um ciclo de sujeira e faxina interminável! Gualberto tenta argumentar que higiene evita doenças, mantém o ambiente saudável e que, afinal, a Terra tem três quartos de água. Cascão, resignado, diz que simplesmente não consegue mudar. Zuleica, então, tem uma epifania e decide tomar uma medida radical.
Uma semana depois, os pais do Cascão retornam da viagem, confiantes de que ele teve uma grande influência positiva ao conviver com os tios obsessivos por limpeza. Porém, ao chegarem na casa de Zuleica e Gualberto, encontram o caos absoluto: sujeira para todo lado, a casa imunda e, para a maior surpresa de todas, os tios completamente sujos! Ao ver a expressão de choque da irmã, Zuleica, já conformada, explica: "Enquanto o Cascão estivesse morando aqui... não valia a pena limpar.". No final, a obsessão pelo asseio foi vencida pelo poder da sujeira – e Cascão, mais uma vez, sai triunfante.
Aparições[]
Turma da Mônica (Globo)[]
- Cascão Nº 139 (Editora Globo) – "A Ovelha Suja da Família" (Maio de 1992) (primeira aparição)
Turma da Mônica (Panini)[]
- Cascão 3ª Série - N° 67 - "Aniversário em Família" (Novembro de 2024)
Referências
- ↑ Cascão Nº 139 (Ed. Globo) – A Ovelha Suja da Família, Pág. 3 (quadrinho 1 ao 3)
- ↑ Cascão Nº 139 (Ed. Globo) – A Ovelha Suja da Família, Pág. 4 (quadrinho 1 ao 3)
- ↑ 3,0 3,1 Cascão Nº 139 (Ed. Globo) – A Ovelha Suja da Família, Pág. 4 (quadrinho 4 ao 8)
- ↑ Cascão Nº 139 (Ed. Globo) – A Ovelha Suja da Família, Pág. 5 (quadrinho 1 ao 6)